segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Em companhia do vinho

Acendi um cigarro, enchi uma taça de vinho e me sentei na poltrona da varanda. Busquei um disco antigo, sentindo falta de mim. Deixei vir as dores passadas, sem saber de onde vinham. Sorvi o cigarro inteiro em busca do que deixei pelo caminho. A melodia me contou uma intensidade que eu já desconhecia. E acordei de um anestésico de longa duração, como se o tempo em busca da sobrevivência tivesse me enterrado junto com os que já foram. Zumbi de mim mesma, busquei num espelho quebrado a imagem do que já fui. No cinzeiro, catei os restos do que sonhei. Andei apressando o tempo para não pensar. De novo você, melancolia. Gosto do seus fonemas. Por que fugir de mim mesma se eu me faço boa companhia?

4 comentários:

  1. Tantas lembranças boas. Momentos, pessoas, quereres, uma sensação de vida passando... saudade do que ainda não fomos. O jeito é degustar cada sã momento do agora.

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  2. É importante refletir para tentar entender qual melhor caminho e optar pelo o que nos faz bem. Espero que se reencontre a cada momento de reflexão!

    Um abraço

    www.lucadantas.blogspot.com

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  3. Como não se perder de nós mesmos, né? Talvez não deixando aquilo que realmente nos faz tão bem se transformar em cacos espalhados pelo caminho.

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